A situação a que chegamos é de pré-ruína ou pré-bancarrota. E com uma situação destas não se brinca. Deste modo, a controvérsia sobre quem é o responsável pela nossa desgraça já está ultrapassada e discuti-la é perder tempo.
Por outro lado, temos um Governo composto por técnicos credíveis e que deixaram lugares bem pagos para tentarem ajudar o país. Não temos alternativa, diria mesmo que este executivo é a nosso única esperança. Portanto, vir dizer, sem esperar pelos resultados, que a politica seguida nos vai destruir é um absurdo e próprio de alguém que sente adrenalina com as crises politicas ou vive delas.
Vejamos o caso da saúde.
Com um passivo gigantesco, o Serviço Nacional de Saúde será uma miragem a prazo se não actuarmos energicamente. Apesar disso há quem diga que o Governo o quer destruir ao pretender travar o descalabro financeiro. Paulo Macedo explicou na TVI que quer salvar o sistema de saúde público português reduzindo os custos e que só assim o poderemos manter.
Apenas controlando os gastos em exames, medicamentos, transporte de doentes, pagamentos extra aos funcionários dos hospitais estaremos no caminho da solvência. Se houver coragem, o Estado só deverá pagar a saúde na íntegra somente aos mais pobres. Os restantes terão de desembolsar algum pagamento, progressivamente mais alto conforme os seus rendimentos (os rendimentos de cada um serão, como é lógico, determinados tendo em conta o número de dependentes de cada família).
Há ainda duas classes de portugueses que merecem alguma atenção: os hipocondríacos e os doentes crónicos. Os primeiros obrigam o médico de família a fazer todos os exames necessários para verificar a razão de queixa imaginária. Sobre estes casos nocivos deve ser ponderada uma forte penalização pecuniária. Caso se comprove a fraude, o hipocondríaco deverá pagar na íntegra toda a despesa desnecessária que causou.
Quanto aos doentes crónicos, portadores de doença sem cura, nomeadamente oncológicas, devemos ter algum cuidado nas medidas a adoptar. Há dias ouvi que os medicamentos a fornecer seriam sempre os mais baratos. Ora, no caso da oncologia, mais barato pode significar menos eficácia no tratamento e um muito maior sofrimento para o doente. Sendo assim, no caso destes doentes, não obstante também lhes poder ser exigível um pagamento, caso possam, as medidas a adoptar devem ser alvo de muita ponderação.
É claro que o Serviço Nacional de Saúde deveria ser totalmente gratuito, para isso servem os nossos impostos. Mas como não há possibilidades para isso num país quase arruinado, teremos de ser realistas.
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