Em 2005, Sócrates prometeu que iria reconstruir Portugal
A nossa situação era péssima, como hoje, devido a dívidas e buracos financeiros gigantescos que se iam descobrindo por todo o lado.
Os portugueses compreenderam melhor porque Durão tinha cavado.
Sócrates, inversamente, disse que nunca fugiria (o que se revelou verdade) e que tomaria todas as medidas necessárias para inverter o caos em que estávamos, nem que isso lhe custasse a reeleição
Nos primeiros 2 anos de mandato, Sócrates tentou iniciar as suas reformas: na Segurança Social adiou por uns anos a falência do sistema mudando a formula de calculo das pensões, na Educação deu inicio à avaliação de professores, na Saúde começou a fechar urgências inúteis, acabou com os dois meses de férias dos juízes, abriu as para farmácias, acabou com a saúde especial para familiares de militares.
Caiu-lhe meio mundo em cima. Cortes de estrada, manifestações, grávidas que davam à luz em ambulâncias, histeria de populares mal informados, autarcas que se diziam ameaçados e muita desinformação. O Governo tremeu.
Neste ponto Sócrates perpetra o maior erro político da sua carreira: não reparou que subia constantemente nas sondagens, ou seja, o povo, que maioritariamente ficava em casa, apoiava-o.
Iludido pelas arrudas de protestos e com medo de perder as eleições, anula todo o esforço e recua em toda a linha. Foi uma ocasião perdida para o pais e o princípio do fim de Pinto de Sousa.
Nas eleições seguintes, Sócrates perde a maioria e opta pelo caminho da propaganda. Já que o povo não queria reformas (julgou ele) iria antes dar pão e circo – a campanha eleitoral e o marketing começaram desde logo.
Tendo estoirado a crise internacional, por cá era tudo um mar de rosas nas palavras do 1º Ministro, não havia contrariedades e poderíamos resolver todos os nossos problemas sozinhos, apesar dos mais conhecidos mestres de economia do pais e do mundo dizerem o contrário.
2º grande erro: o 1º Ministro poderia ter dito a verdade. Diria que as reformas teriam de avançar, a despesa teria mesmo de diminuir e pediria a responsabilização e ajuda do PSD.
Mas não, preferiu continuar a negar a realidade e a falar em TGV, aeroporto e mais e mais despesa. Até que o FMI entrou mesmo,
Quando o povo viu que Sócrates o tinha enganado e que afinal a ajuda estrangeira era mesmo necessária afastou-o do poder com um pontapé eleitoral fulminante – a libertação.
Temos agora de cumprir o exigente plano da troika com grandes sacrifícios para a população e não há capacidade de falharmos para não irmos para a sanita da história, que é um caminho sem retorno.
Hoje é frustrante ouvir os grandes peritos de economia dizerem que se tivéssemos pedido ajuda mais cedo as contrariedades seriam muito inferiores.
Entretanto, Sócrates balda-se para Paris.
Perante estes factos, ainda há quem explique a queda de Sócrates por acção de uma campanha maléfica bem urdida por um grupo de mal feitores sem escrúpulos.
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