África, os países africanos e os povos africanos são desgraçados e desafortunados, tudo de mau lhes cai em cima. Fome, doenças mortais, doenças simples de tratar mas que lá matam impiedosamente, cidadãos raptados para serem escravos, colonialismo por europeus seguido de abandono apressado, golpes de estado, corrupção, sida, racismo.
No caso das colónias portuguesas africanas continentais aconteceram as mesmas misérias mas o fim foi diferente.
No século XX, aparecem as condições para a libertação, mas, por cá, o ditador, tão odiado pelos entusiastas de revoluções populares, amado pelos saudosistas e compreendido pelos mais esclarecidos, afirmou que independência só por cima do seu cadáver. Previsão certíssima.
Mesmo assim, foi preciso uma reivindicação castrense, um tanto ou quanto mesquinha, para causar um golpe de estado divertido e folclórico e se conseguir dar a última machadada no Estado Novo. Caso os militares portugueses não se tivessem zangado com a temática da equiparação de milicianos a oficiais do quadro (como se vê um assunto grave), por ventura ainda hoje andaríamos a combater em África ou teríamos ganho a guerra por volta de 1980, pois Rússia e China recuavam no aumentar de apoio aos revoltosos.
Das 3 possessões lusas, a Guiné é o caso mais grave. Um país pequeno, sem elite económica ou política, foi abandonado à sua sorte e ainda hoje vive em instabilidade e miséria. Transformou-se num narco-estado e se algum governante guineense falar em combater o tráfico de droga impune, o poder eleito cai sem contemplações.
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