sábado, 3 de novembro de 2012

Limpeza e expulsão

O discurso onde Cavaco incluiu a célebre frase "não sei se ouviu bem" pôs a nú a mentalidade de funcionário público do nosso presidente. Ainda por cima de nível 18 como o próprio fez questão de sublinhar.
Este género de gente estudou e labutou toda a vida com um propósito: entrar para os quadros do Estado, fosse para que cargo fosse e gozar, até à entrada para o túmulo, da inviolabilidade do emprego; ordenado e reforma garantida, com elevadas subidas de salário em época de eleições; mais dias de férias; transportes públicos à borla; sistema de saúde obscenamente privilegiado; progressão na carreira sem esforço, só é necessário esperar num canto discreto e outras benesses revoltantes para os restantes cidadãos que pagam todo este pornográfico festim com o dinheiro dos elevadíssimos impostos que o fisco lhes cobra.
Repare-se que não é só Cavaco, são cerca de 700 mil cidadãos que vivem da gamela pública. Uns trabalham e esforçam-se, outros são uns incompetente, alguns são corruptos, mas todos estão no seu posto inviolável sem grandes preocupações quanto ao ordenado no dia 22 e às férias.
Ora, a ruína do Estado vai pôr cobro a toda esta orgia económica e vai ser preciso acabar com os cidadãos de 1ª (os do Estado) e os de 2ª (os verdadeiros pagadores de impostos, o povo trabalhador da área privada) e tornar todos iguais em direitos e obrigações.
É uma tarefa difícil pois a Constituição (elaborada por funcionários públicos) defende os privilégios dos trabalhadores do Estado com unhas e dentes e o PS (partido dos funcionários públicos) não quer colaborar. Membros do PSD, destacados funcionários públicos como Ferreira Leite ou Pacheco Pereira, atacam o Governo para descredibilizá-lo e dificultar o corte dos seus grandes ordenados, pagos pelo erário público. Veja-se o exemplo da RTP: quando se soube que iriam acabar os 300 milhões que os portugueses pagam todos os anos para o seu funcionamento, iniciou uma facciosa e inaceitável campanha contra o Governo. Aliás, há quem diga que Passos ficou marcado quando defendeu que deveria haver um tecto máximo de 4 mil euros para as reformas pagas pela Segurança Social.
Mas o esforço vergonhoso e anti pátrio da elite gananciosa do funcionalismo público é em vão. Não há dinheiro por cá e os nórdicos, com mentalidade anti socialista e que nos governam actualmente, não vão tolerar a continuação da estrutura burocrática e classicista do Estado Português. Podem os "estatistas" locais apoiar-se em direitos garantidos pela Constituição até à náusea que a realidade demonstrará de forma crua e dura que apenas a existência de dinheiro nos cofres de quem paga garante alguma coisa. Os contribuintes do privado mais esclarecidos aguardam com expectativa o dia da libertação.   



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