quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cantos de sereia

Os portugueses foram-se habituando ao longo de várias décadas a ter Primeiro Ministros enganadores. Por exemplo, o anterior dizia, perante a estupefacção geral, que a crise tinha acabado e era preciso fazer o TGV, nova ponte no Tejo e novo aeroporto de Lisboa. Este tipo de mensagens que nos foram sendo transmitidas iam apaziguando os nossos receios e animando a nossa alma, ao mesmo tempo que o descalabro económico e financeiro, como um tumor maligno, se ia desenvolvendo.
Aparece-nos agora Passos Coelho, com uma postura totalmente diferente. Não dá boas notícias falsificadas e recusa-se a afirmar uma data para fim dos sacrifícios, pelo contrário, afirma com ar desassombrado, como se fosse a coisa mais natural do mundo, que vai aumentar os sacrifícios e as exigências. Nem sequer se preocupa a em reafirmar com todo o ênfase que, por exemplo, no caso do abaixamento de reformas apenas as mais altas vão ser mexidas. A grande maioria não sofre qualquer alteração!
Isto é novo no género de governantes que temos tido e causa, não o reconhecimento por não sermos enganados, mas ódio e revolta, pois todos preferíamos ouvir os cantos da sereia dos governantes anteriores.   

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