domingo, 13 de maio de 2012

25 de Abril e Tribunal Constitucional


Os Capitães de Abril não foram às comemorações da Revolução dos Cravos e o PS escolheu um homem que não é juiz para membro do Tribunal Constitucional. Dois factos da política portuguesa recente.
A atitude dos chamados capitães de Abril foi surpreendente. Afinal, não seria a democracia que eles pretendiam mas, pelo contrário, a escolha de um determinado projecto político ou então uma democracia limitada a determinadas ideologias e práticas.
A somar à acusação de terem feito o golpe de estado por motivos de revindicação castrense, este episódio deixa os militares de Abril, já todos a viverem da reforma, em maus lençóis. 
Por outro lado, a Associação 25 de Abril poderia mudar de porta voz. Vasco Lourenço tem um rosto pouco dado a protagonismo mediático e hoje em dia a imagem é tudo.
Sendo assim, erros passados, má gestão da acção política e má imagem definem o grupo que representa os peões do golpe que acabou com o Estado Novo.
O Tribunal Constitucional também navega em águas perigosas, assim como todos os órgãos do Estado que vivem constantemente na berlinda da vida política portuguesa. Já não bastava muitos dos seus membros serem eleitos pelos partidos da Assembleia da República para a analisar as leis que eles fazem - o que é desde logo uma incoerência. Os referidos partidos não conseguem, ou não podem, proteger a reserva que deveriam respeitar e colocam nas mãos implacáveis da discussão na praça pública o prestígio deste tribunal superior.
Não admira que os portugueses estejam tão descrentes nos "representantes eleitos do povo".

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