sábado, 14 de julho de 2012

Judeus e a circuncisão

Após complicações por negligência médica, um tribunal alemão proíbe a circuncisão de crianças por motivações religiosos dos pais. Os judeus alemães dizem que assim não é possível continuar a vida judaica na Alemanha.
Esta é daquelas questões que nos deixa a pensar. Por um lado, temos uma tradição de milhares de anos e que é um dos mais sagrados costumes judaicos, por outro, temos a defesa de crianças que não podem escolher nem defender-se e são obrigadas a uma pratica dolorosa e perigosa. Um dos fundamentos do juiz alemão foi uma cirurgia destas que não correu bem.
Parece que o juiz tem razão.
Impor uma religião a uma criança está errado, deve ser já como adulto que cada um deverá escolher a religião mais adequada para si ou, pura e simplesmente, não escolher nenhuma. Está na consciência de cada um. Porquê baptizar um bebé? Será que esse bebé virá a ser cristão? Ou mudará para o Judaísmo ou Islão? Forçar uma criança a decorar o Corão é também exagerado e não deveria acontecer. 
Mas estes preceitos e outros são meramente teóricos e "apenas" poderão interferir com a formação do jovem e modelar o seu futuro comportamento, às vezes em sentido contrário ao pretendido. Não é raro um jovem revoltar-se contra o que o forçaram a acreditar e a respeitar e decidir seguir caminho oposto. 
Já a circuncisão implica o corte do prepúcio o que arrepia só de pensar. Embora o acto seja na maioria dos casos praticado em sala de cirurgia, com anestesia, é uma violação grave do corpo dos jovens e não deveria ser permitido. Em adulto, o judeu decidirá se quer ou não obedecer a este rito da religião em que foi educado. 
Por motivos médicos, cientificamente comprovados, a circuncisão ou qualquer outra cirurgia são aceitáveis, mas por motivos religiosos não. Já a circuncisão a sangue frio efectuada pelo Rabi, como antigamente, é intolerável e aqui, sim, aproxima-se da excisão do clitóris às crianças do sexo feminino.

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