É mais fácil despejar e aumentar a renda aos inquilinos; é mais fácil despedir e pagar menos aos trabalhadores; o Estado reduz remunerações aos seus próprios trabalhadores, nos últimos 2 anos cerca de 30% de rendimento a menos; os investimentos do Estado caíram a pique e as rendas garantidas das PPP vão ser fortemente taxadas (espera-se que a energia seja abrangida); a saúde, educação e justiça estão consideravelmente mais caras; os bens do Estado são vendidos ao desbarato (o Pavilhão Atlântico valeu 1/3 do custo de construção, em 1998); os impostos estão no limite do esbulho; o desemprego desgraça 700 mil portugueses...etc.
Perante isto o Governo segue, implacável, o seu caminho. Não se detém por nada, não ouve ninguém. O Bispo das Forças Armadas e Mário Soares criticaram de forma inocente e incongruente as políticas do Governo e, estranhamente, acabaram desacreditados. O próprio Paulo Portas (que é o nº 2 do executivo e não Miguel Relvas como se diz) já avisou que a sua visão do caminho a seguir não pode passar certos limites, nomeadamente em impostos a privados. Ainda hoje, técnicos da própria comissão de orçamento afirmam que os limites do deficit não deverão ser atingidos.
Perante este caldo explosivo, Gaspar mostra-se despreocupado e nem dá satisfações. Passos entretém-se em discursos populares com ar cansado e envelhecido.
É caso para perguntar: donde vem a fé dos nossos governantes, o que esperam para o futuro, que novo mundo idealizaram para o nosso povo?
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