Sócrates, da sua cátedra parisiense, deve observar o seu
sucessor e estranhar. Ele próprio foi um patriota, um 1º Ministro abalizado,
possuidor de uma honestidade a toda a prova e hoje tem uma espectacular vida na
cidade das luzes. Vive num caríssimo apartamento no centro da capital gaulesa,
paga propinas astronómicas e, pasme-se, faz-se transportar num Audi topo de
gama, com motorista e tudo. Claro que ele explica toda esta riqueza com negócios
perfeitamente legítimos no âmbito da construção civil, que, há menos de um
lustro, eram uma mina para os técnicos da área, principalmente os mais
vocacionados e letrados.
Ora, o seu sucessor herdou uma situação financeira e económica
dificílima, devida exclusivamente à crise internacional e que o socratista
governou tentou evitar com as melhores práticas políticas, mas continua a
alugar a mesma casa no Algarve, a viver num apartamento em Massamá e a possuir
o mesmo carro. É injusto, pensará o nosso ex-1º ministro, um bom político tem
de ter rendimentos para levar uma vida obscenamente faustosa e farta.
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