quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A desgraça de Gil Martins


Gil Martins, ex-comandante da Protecção Civil, o bigodes emproado que aparecia há uns anos nas conferências de imprensa em época de incêndios, terá abusado do cartão de crédito e de dinheiros públicos à sua responsabilidade. Por exemplo, jantares de centenas de euros, compra de máquinas fotográficas e outras despesas pessoais foram pagas pela Protecção Civil.

 Esta noticia deprimente tem 3 aspectos a salientar:

  1. O homem (Gil Martins) escolhido para o cargo foi mal seleccionado. Pelos vistos, deslumbrou-se com o lugar e os holofotes dos média e sentiu-se intocável. Logo, começou a exibir o seu cartão de crédito em lugares "in" pensando que ninguém o reprimiria;
  2. Além dele, também quem autorizou que o Estado lhe pagasse o cartão de crédito e despesas pessoais, pelos vistos sem limite, deveria ser chamado à responsabilidade; 
  3. Há muita gente honesta em Portugal que denuncia e investiga estes casos de roubo dos dinheiros públicos. 
Esperemos que se consiga a parte final deste processo com decisão dos tribunais.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Intransigência


A foto apresentada é explicita: o Ministro tem nervos de aço e resiste a todas as pressões. O plano, assinado pelo anterior Governo, é para cumprir à risca, caso contrário o dinheiro não vem e o Estado deixará de honrar os compromissos com os 6 milhões de portugueses que dependem dele.

O problema é se o esquema traçado pelos estrangeiros (repito: e assinado pelo anterior Governo) não resulta... Ou seja, caso a economia não recomece a crescer.

Se resultar, Gaspar será em breve o mais importante politico português (relembrar casos de Cavaco Silva e Salazar).

Parece também muito bem gerida a imagem e comunicação deste Ministro das Finanças. Nesta altura ele já devia ser alvo de injúrias e desprezo e, pelo que se ouve, é o mais respeitado Ministro do Governo.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Factos desde Portugal


- Uma farmacêutica suspendeu a venda de medicamentos aos hospitais devido ás dividas acumuladas;
-O desemprego atinge níveis elevadíssimos e todos os dias fecham empresas;
- Milhares de portugueses não vêem alternativa de trabalho cá e emigram;
- O Estado continua um monstro de burocracia, contradições e complicações desanimando quem quer investir;
- As famílias vão falindo e entregando as casas aos bancos. Soube-se recentemente que o número de casos em que ambos os cônjuges estão desempregados vem aumentando;
- Os portugueses afirmam em sondagens que este Governo é mau mas não acreditam que outro fizesse melhor;
- A divida publica do país, excluído empréstimo da troika, é de 200 mil milhões;
- Se não existisse a monumental conta de juros da chamada divida soberana, o Orçamento de Estado teria superavit;
- Não temos empresários e investidores suficientes nem há capital nos bancos para emprestar aos poucos que existem. A economia não cresce;
- A única esperança nacional é a industria exportadora, mas os nossos principais clientes são europeus e também estão com dificuldades;
- A oposição ao Governo argumenta que se deve diminuir a austeridade, mas não revela onde iria buscar as verbas necessárias;
- Há doentes que não vão aos tratamentos por não conseguirem pagar o transporte;
- Estamos a sofrer uma seca e prevê-se uma desastrosa época de incêndios;

etc, etc, etc.

Como dizia o sábio reduzindo a argumentação: "estamos tramados e só um milagre nos salvará".

domingo, 26 de fevereiro de 2012


O Benfica jogou mal e empatou com a Académica. A semana passada perdeu com o Vitória.
Dizem os tele-especialistas que em caso de ordenados em atraso o rendimento das equipas diminui bastante, o que é natural. O mesmo acontece em qualquer empresa privada. O FC Porto e Sporting também têm tido quedas de rendimento repentinas e inexplicáveis.
Simultâneamente, vêm a publico relatórios reveladores de insolvência ou pré falência de clubes portugueses. 

Conclusão, caso os adeptos portugueses de futebol queiram continuar a ver as suas equipas no activo, devem ter o máximo cuidado na análise do balanço anual dos respectivos clubes e menos no número de taças ou vitórias sobre o principal adversário.

Também há pouco tempo, os portugueses exigiam o máximo de benefícios do Estado e votavam em conformidade e hoje estão a ser depenados de todos os direitos que conquistaram e mais além e apoiam o Governo actual (quase) sem reservas, rezando para que não seja tarde de mais.

Adopção e outros direitos humanos

Não vale a pena estar a gastar tempo e escrita com argumentos contra e favoráveis aos direitos dos homossexuais. Apenas para que conste, são os mesmos dos direitos humanos pois estamos a falar de homens e mulheres nossos irmãos. 

Já todos conhecem a argumentação e por mais que se batalhe ninguém muda de opinião e logo assume posturas radicais. 

O intrigante e o mais interessante nesta questão é o medo que muitos cidadãos demonstram ter dos homossexuais. Não querem que se casem, não querem que adoptem, não querem que se assumam, não querem que se exibam. 

Porque será? 

No Carnaval são milhares os homens que se vestem de mulher e mulheres que se vestem de homem e nem consideram abdicar do costume ou, ao menos num ano, fantasiar-se de forma diferente. 

Ao mesmo tempo todos conhecem casos de homossexuais que se assumem e que deixam um rasto de admiração pelos que os conheceram no tempo do homem/mulher de família que agora se transforma num "horrível" homossexual. 

Dirão alguns que existirão milhares de casos de homossexuais e bissexuais escondidos e, durante décadas, auto-reprimidos face à pressão homofóbica de família e amigos. Esta gente, que tem todas as condições para ser extremamente infeliz, tem assim ódio de morte dos seus iguais que se assumiram e lutam pelos seus direitos em publico e são os mais afincados e radicais defensores da diminuição cívica dos homossexuais. 

A má noticia para os homossexuais é que esta tendência homofóbica da sociedade portugueses deve manter-se inalterada. 


Mulher em casa

O Papa concedeu o barrete cardinalicio ao português D. Manuel Monteiro de Castro. Este prelado português defendeu em entrevistas na comunicação social que o papel da mulher é em casa a educar os filhos e a apoiar o marido.

A Igreja Católica é hiper-conservadora e politicamente incorrecta. Defender estas ideias da domesticação, de novo, da mulher; rejeição do aborto, "principalmente das crianças deficientes"; rejeição dos direitos dos homossexuais; rejeição do aconselhamento ao uso do preservativo. Tudo estes conceitos estão caducos, quase ninguém os segue. No entanto a Igreja Católica, numa pratica que parece suicidária insiste em defendê-las. Há até quem encontre alguma coragem nesta atitude 


Nada mais errado. 

A Igreja depende das suas ideias para sobreviver e já o consegue há 2 milénios. A Igreja Católica é o anteparo dos conceitos do passado, esquecidos por todos, mas que boa parte de nós sente algum conforto em saber que existe alguém que ainda as mantém vivas. 

Se a Igreja de repente resolvesse renunciar a tudo o que sempre defendeu, caía na mediocridade, tornava-se banal e igual a tantas outras instituições que nem centenárias são e desapareceria rapidamente. 

Parece ser com base nesta filosofia milenar que o Papa reconhece os méritos do novo cardeal e o promove.


Óscares 2012


A máquina cinematográfica americana é das mais perfeitas que existe. Criaram e desenvolveram uma industria, cuja base técnica foi inventada por franceses, com influência e implantação mundial. 

Este festival dos Óscares é, simplesmente, das maiores, ou mesmo a maior operação de marketing do mundo. 

A pirataria na WWW tem criado algumas dificuldades, embora a prisão do ex-assaltante de bancos e fundador da Megaupload tenha ajudado à resolução do problema. 

Por cá, a tradição de ir ao cinema com família ou amigos vai caindo em desuso, por força da crise mas, principalmente, devido ao elevado preço dos bilhetes. Uma família de 4 pessoas pode gastar 40 Euros numa ida ao cinema o que, nos dias que correm, é muito. Uma situação a rever por parte dos donos das salas.


O principio do fim do Tagus Park em Oeiras?

A Microsoft resolveu abandonar o Tagus Park e mudar-se para um edifício no Parque nas Nações. Segundo explicam os responsáveis da multinacional americana, o novo prédio é apenas um, enquanto que no Tagus Park tinham que se dividir por dois contíguos.


Só alguém ingénuo pode crer nesta explicação. Com certeza que a mudança trará despesa e bastante incómodo a todos os trabalhadores da Microsoft e o facto de estarem (há anos) em dois prédios contíguos sem problemas não justifica esta operação repentina da empresa americana.


O que é certo é que o nome Tagus Park tem vindo a estar envolvido em escândalos sucessivos: o milionário pequeno almoço do "pesetero" Figo com o anterior 1º Ministro de Portugal; os escândalos de Isaltino Morais - a Câmara de Oeiras é o accionista maioritário do Tagus e Isaltino o Presidente da Assembleia Geral - e ainda os terrenos que levaram à prisão de Duarte Lima e filho também se situam por lá.


Para uma empresa americana a imagem é muito importante e decisiva para o futuro. Sendo assim, a Microsoft não quer o seu nome minimamente envolvido em qualquer escândalo de corrupção e abalou rápido e em força.


Quem fica a perder é o Tagus Park, excelente realização de Oeiras (mas também Sintra e Cascais), que vê afastar-se uma das empresas que lhe dava mais prestigio.

     

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Jornalismo de cabeceira

"O jornalista deve respeitar a privacidade dos cidadãos excepto quando estiver em causa o interesse público ou a conduta do indivíduo contradiga, manifestamente, valores e princípios que publicamente defende. O jornalista obriga-se, antes de recolher declarações e imagens, a atender às condições de serenidade, liberdade e responsabilidade das pessoas envolvidas."

Isto é o que diz o Código Deontológico dos jornalistas. Qual o sumo que se extrai desta retórica: nada! Ou seja, o texto do Código permite todo o tipo de tropelias aos jornalistas que, na ânsia de obter um furo jornalístico, não olhem a meios para atingir fins. O único limite é o bom senso e a honestidade do repórter e o cuidado que os políticos têm de ter antes de falar na presença de câmaras.


Vem isto a propósito de uma das últimas tricas da política à portuguesa: o jornalista da TVI que, à socapa, gravou uma conversa entre o Ministro das Finanças alemão e o seu homólogo português, mesmo depois de saber que existia um acordo para que não se registassem conversas tidas no hemiciclo. Vamos supor que um Ministro europeu tinha uma doença incurável e o médico lhe dizia, em local publico mas de forma reservada que tinha 6 meses de vida. Ora, segundo o referido Código, qualquer jornalista poderia registar esta conversa e divulgá-la. A doença do Ministro tem interesse publico, o local é publico, ou seja, nada no Código deontológico impede uma barbaridade destas.


Mas enfim, se queremos liberdade de imprensa temos de admitir estas situações. É que impedi-las poderia ser uma espécie de censura encapotada. É um dos males da democracia e da liberdade.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Há quem diga que no Brasil o Carnaval são 3 dias e por cá é o ano inteiro. Esta teoria parece acertada pois o mundo democrático vive sempre em Carnaval, todo ano e nós portugueses não fugimos à regra. Nos dias do propriamente dito só se aumenta a folia mais um bocadinho.

No mundo democrático ninguém teme a policia e acha a autoridade do Estado um disparate.
Aquela malta que não paga as multas de trânsito, pois sabe que vão prescrever ou aqueles que passam cheques sem cobertura às finanças, para terem uma declaração de ausência de dividas ao fisco, pensam que isto é um regabofe e não vale a pena ter grandes preocupações. E, se calhar, têm razão.

Já nas ditaduras tipo Coreia do Norte ou Birmânia não há carnaval. Ou melhor, quando a Coreia enterra o seu lider, a nós parece Carnaval mas para eles é algo muito sério. Ou quando na Birmânia prendem impunemente a vencedora das eleições, parece uma palhaçada mas não é, trata-se de algo muito sério e perigoso para o Birmanês que se atrever a rir.