O ódio, desprezo ou criticas exacerbadas que há décadas se atiram aos parlamentares também têm laivos de demagogia. Diga-se que o Parlamento é o saco de boxe da populaça onde se expiam as frustrações colectivas da Nação.
Tudo isso deriva de um facto há muito esquecido. As TV mostravam muitas vezes as bancadas parlamentares vazias em plena hora de trabalho o que levou a turba a pensar convictamente que os deputados eram eleitos, fugiam ao trabalho e se limitavam a receber o ordenado. Hoje, com a TV do Parlamento, essas imagens desprestigiantes acabaram, mas os deputados não se livram da fama.
Antigamente é que era bom? Isso é apenas saudosismo. Convém relembrar alguns energúmenos que por lá passaram e insultavam os colegas. Hoje não se vê isso, felizmente, e quando há o meliante é demitido (Pinho).
Como tudo na vida existem deputados de alta craveira, os medianos e os maus e, com os baixos ordenados que o Parlamento paga, é um milagre termos lá um razoável número de gente superior - basta ver os debates para os observar.
Claro que a nossa Assembleia pode melhorar. Devia reduzir o seu orçamento anual, que se mantêm inalterável quando nas outras instituições há reduções; poderia haver mais transparência por parte dos partidos na elaboração das listas; um maior cuidado na elaboração dos leis para evitar confusões como a lei de limitação de mandatos autárquicos.
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